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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A religião Yorùbá ( para termos uma noção )

Como a maioria dos povos antigos, os Yorùbá eram muito dedicados à sua religião.
É uma religião rica em Ìtán (lenda), que têm a função de normatizar o comportamento individual dentro do grupo, e retratam os Àwón Òrìṣà com os mesmos defeitos das pessoas comuns, redimindo-os depois por bom comportamento, sofrimento, bravura etc.

Em muitas localidades os rituais de feitura das crianças eram realizados ao nascer. Vale dizer também que cada pessoa tem um único Òrìṣà
(bem diferente do candomblé) protetor.
Não são feitas “qualidades” de santo (como é feito no candomblé), nem santo substituto, nem existe “juntó”. Também não acontecem as chamadas “surpresas” quando um Òrìṣà “passa na frente do outro”.
Embora tendo o seu Òrìṣà protetor desde o nascimento, as pessoas cultuam outros Òrìṣà, com diversas finalidades. Èṣù é cultuado por todos. Todas as pessoas que trabalham com ferro homenageiam Ògún.
Os caçadores cultuam Ọdẹ, e assim por diante. Todos respeitam Orişa'nlá, que é o Òrìṣà mais puro, “todo branco por fora e por dentro”.
O número de divindades é impreciso, mas vai de duzentas a mil e setecentas.
A fama de algumas atravessou continente, enquanto outras são cultuadas apenas em pequenas localidades, e outras ainda tiveram seus cultos extintos e foram esquecidas.
Quem determina o Òrìṣà, o tipo de obrigação, e tudo na vida das pessoas é Ifá - o oráculo, que é filho e manipulado por Ọrùnmìlá.
Não se faz absolutamente nada importante sem consultar Ifá, e quem não seguir sua orientação, por mais estranha que pareça, vai sofrer graves decepções.
Ifá aprova noivado, marca casamentos, decide sobre sociedades, aconselha sobre filhos, negócios, marcação de datas, enfim nada se faz sem procurar o Oluwo ou um Bàbálàwó, que consulta Ifá por meio do Ìkin, Ọpẹlẹ-Ifá ou dos Merindinlogún-Búzios.
Em geral são recomendadas oferendas aos àwón Òrìṣà, para que sejam alcançados com sucesso os propósitos da consulta.

Na África em geral, também há diversidades culturais de cidade para cidade, o que um jogo orácular fala em uma cidade, é interpretada de outra maneira na cidade vizinha.
Isso lembra o Candomblé, porém a desunião não atinge o povo yorùbá, nem aqueles que cultuam Ifá.

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