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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Diversidades étnicas.

Afares.
Os afares (em afar: transl. qafár ou ʿāfār; em amárico: transl. āfār; em árabe: عفار).
São os integrantes de um grupo étnico que habita o Chifre da África, principalmente o Deserto de Danakil, na região (kililoch) de Afar, na Etiópia, assim como partes da Eritreia e do Djibuti.


Os Afares totalizam 1.276.374 indivíduos na Etiópia (cerca de 1,73% do total da população do país), dos quais 108.488 habitam cidades, de acordo com o censo mais recente (2007). Também compõem mais de um terço da população do Djibuti.

São também conhecidos como Danakil, nome usado especificamente para se referir aos afares do norte, enquanto os afares do sul são conhecidos como Adel (ou Adal), de maneira análoga ao antigo Sultanato de Adal.

A língua afar, que faz parte do ramo cushítico da família linguística afro-asiática, é falada por todo o território habitado pelo grupo étnico; como os afares são, no entanto, tradicionalmente pastores nômades, seu idioma também está presente em outras regiões.

Os afares se converteram ao islamismo no século X, após estabelecerem contato com mercadores árabes vindos da península Arábica.

História

A menção mais antiga registrada aos afares foi feita no século XIII, pelo escritor árabe ibn Sa'id, que relatou que eles habitavam a área em torno do porto de Suakin, estendendo-se a sul, até Mandeb, perto de Zeila. Foram também mencionados com frequência, nos registros etíopes, primeiro por ter ajudado o imperador Amda Seyon numa campanha no território depois do rio Awash, e um século depois, quando auxiliaram o imperador Baeda Maryam em sua campanha contra um povo vizinho, os dobe'a. No fim do século XVII surgiu o Sultanato de Aussa, dominando por um primus inter pares dos soberanos afares.

Em 1975 a Frente de Liberação Afar iniciou uma revolta, sem muito sucesso, liderada por um antigo sultão afar. O Derg estabeleceu a Região Autônoma de Assab (atual Aseb, na Eritreia), embora ainda assim alguns focos de insurreição tenham continuado a existir até o início da década de 1990. No Djibuti um movimento similar foi iniciado ao longo da década de 1980, culminando na Insurgência Afar de 1991.

Cultura e estilo de vida
Embora alguns afares tenham migrado para cidades e adotado um estilo de vida urbano, a maioria permaneceu como pastores nômades, criando gado bovino, ovino e caprino no deserto. Durante a estação das secas, a maioria acampa nas margens do rio Awash. Camelos são usados como meio de transporte pelos afares, enquanto migram de uma fonte de água a outra. Com a chegada da estação das chuvas, em novembro, a maior parte dos afares volta então para territórios mais altos, evitando as enchentes e os mosquitos.

Uma casa típica afar consiste de uma espécie de tenda, conhecida como ari, feita com varas de madeira cobertas por tapetes; camas feitas com os mesmos tapetes e madeiras também são usadas. Cada burra, "acampamento", consiste de dois ou mais ari, e é de responsabilidade das mulheres. Os afares complementam sua dieta de leite e carne com produtos que obtêm vendendo o sal que escavam do deserto, além de leite e peles de animais, nos mercados de Senbete e Bati.

Politicamente, a sociedade afar se organiza em sultanatos, formados por sua vez por diversas aldeias, chefiadas por um dardar. Tradicionalmente a sociedade se divide em famílias (clãs), e em classes: os asaimara, "vermelhos", formam a classe dominante, enquanto os adoimara, "brancos", são a classe trabalhadora.

A circuncisão é praticada tanto em garotos quanto garotas. Um jovem é julgado por sua bravura ao suportar a dor do ato, e após ser circuncisado por escolher a garota que desejar como sua esposa (geralmente alguém de seu próprio círculo étnico).

Os afares possuem uma relação forte com o seu meio-ambiente e a vida selvagem da região, partilhando a terra e seus recursos com os animais e tentando não lhes fazer mal. Este comportamento teria sido responsável pela preservação de animais em sério risco de extinção, como o burro selvagem africano (Equus africanus), que se tornou extinto em ecossistemas mais vulneráveis.

A cultura afar apresenta alguns hábitos exclusivos em termos de vestimenta:

· Mulheres casadas tradicionalmente vestem um lenço negro chamado de shash ou mushal.
· O principal item do vestuário de homens e mulheres é o sanafil, uma pano vestido na cintura. As mulheres o tingem de marrom (embora hoje em dia utilizem de diversas cores), enquanto os homens não pintam os seus.

Fonte: Wikpédia e Wande Abimbolá
Annangs

Os annangs (também anaangs) são um grupo étnico que vive no litoral sudeste da Nigéria, ocupando oito dos trinta e um governos locais do estado Akwa Ibom, nomeadamente Abak, Essien Udim, Etim Ekpo, Ika, Ikot Ekpene, Obot Akara, Oruk Anam e Ukanafun.
Eles estavam localizados anteriormente nas antigas divisões Abak e Ikot Ekpene da província Annang, na antiga região leste da Nigéria.

A sociedade annang é patriarcal. Os indivíduos localizam o seu lugar no mundo social do Idip, literalmente traduzido como "ventre". Assim um irmão ou irmã do mesmo "Idip" pensam que podem traçar a sua origem à mesma mãe ou pai. Visto que a poligamia é praticada na sociedade, aqueles que podem traçar suas origens para os mesmos pais foramam um Ufok (literalmente uma casa ou complexo de casas dentro do mesmo cercado). Vários "ufoks" compõem um "Ekpuk" ou família extensa, vários Ekpuks compõem um "Obio" (aldeia) e várias aldeias compõem o "Eka Obio" ou clã.


Bantos

Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os países Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos bérberes, os bantos eram agricultores. Viviam também da caça e da pesca.

Conheciam a metalurgia, fato que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos vizinhos. Chegaram a formar um grande reino ( reino do Congo ) que dominava grande parte do noroeste do continente.

Viviam em aldeias que era comandada por um chefe. O rei banto, também conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de mercadorias e alimentos de todas as tribos que formavam seu reino.

O manicongo gastava parte do que arrecadava com os impostos para manter um exército particular, que garantia sua proteção, e funcionários reais. Os habitantes do reino acreditavam que o maniconco possuía poderes sagrados e que influenciava nas colheitas, guerras e saúde do povo.

Fons

População do sul do Benin e sul do Togo, cuja origem mítica está entre os adjá.




Os Fon possuem como características o uso da língua fon, e sua maior expressão histórica, política e social do povo se expressou no Benin através do Reino do Dahomey e na Diáspora africana através do vodun. O complexo cultural expressado tanto pelo vodun como pelo Reino do Dahomey possui uma origem mítica na cidade-reino adjá de Tadô ou Sadô, onde uma filha solteira do rei, ao dirigir-se à floresta sozinha para realizar uma tarefa encontrou-se com um leopardo encantado. Ao retornar à cidade, descobriu-se grávida e a paternidade da criança foi atribuída ao leopardo. Como entre os adjá o sangue da mãe também enobrece, esse filho do leopardo, kpòvi e seus descendentes constituíram-se em uma nova linhagem real. Entretanto, o filho do leopardo ficou sendo conhecido na posteridade pelo cognome de Agassu, o bastardo, e seus descendentes por isso sempre eram preteridos no sistema sucessório de Adjá-Tadô, ainda que herdassem a bravura e ousadia de seu ancestral animal.

Um dia porém, os kpòvi, mais uma vez excluídos, se revoltaram contra a escolha do sucessor no trono de Adjá–Tadô. Eles e seus partidários se armaram e, após uma violenta refrega, muitos morreram de ambos os lados, inclusive o do rei escolhido. O chefe dos kpòvi, Kokpon por esta razão, ficou sendo conhecido como Adjá-hutó, o matador de adjás, e ele junto com seus partidários tiveram que partir para o exílio, uma vez que perpetrou o delito de maior lesa-majestade que é o de amaldiçoar a terra com o derramamento do precioso sangue real.

O êxodo dos kpòvi e seus seguidores, após várias peripécias, deteve-se em Aladá, onde Adjá-hutó Kokpon fundou uma nova dinastia de governantes até que o falecimento um rei também chamado Kokpon dá lugar a uma guerra de sucessão entre seus três herdeiros: Medji, Té-Agbanlin e Ahô-Dakodonu. Medji permanece em Aladá e dá continuidade à dinastia local reinante; Té-Agbanlin dirige-se para o leste, onde funda uma nova dinastia em Adjaxé (Porto Novo) enquanto que Dakodonu segue para o norte com seu irmão Ganiehessu e, após algumas peripécias, busca alojar-se com seus ferozes seguidores entre a população de língua yorubá dos iguedê (guedevi) e mata seu rei Agli, dizimando seu povo, escravizando mulheres e crianças, os quais mais tarde são vendidos aos portugueses. Funda ali uma nova dinastia.

Dakodonu tenta estabelecer-se em Kana e vai solicitando consecutivamente ao rei de Kana, cujo nome era Dan, locais para alojamento. Um dia Dan, aborrecido com mais uma solicitação dos adjá-tadonus, declara mordazmente: “Depois de alojar-se em tantos lugares do meu reino, só falta agora a minha barriga para esta gente ficar”. Os adjá-tadonus compreenderam essa declaração como um chamado para a luta e, desta forma, Dakodonu matou e estripou pessoalmente Dan, e disse que cumpriria sua palavra e construiria seu reino sobre a barriga deste, daí a expressão Dan-ho-mé, que era o reino edificado “no ventre de Dan”.

O Reino do Dahomey superou as duas outras dinastias adjá-tadonus reinantes em Porto-Novo e Allada, governando um poderoso Estado da capital Abomey, fundada por Agassuvi Aho, sobrinho e sucessor de Dakodonu, também chamado de Hwegbadjá, em circunstâncias muito parecidas com a fundação do próprio reino. Outra versão da história conta que Abomei teria sido fundada por Hwessu, filho de Hwegbadjá. Os dois outros reinos, apesar do crescimento do Daomé, continuaram a ser considerados Estados-irmãos e, tanto os reis de Porto Novo como os de Abomey, dirigiam-se à Allada, cidade onde as suas dinastias teriam começado a reinar, como parte do ritual da cerimônia de entronização.


Ìgbó

Os Ìgbós (pronúncia ibos) são um dos maiores grupos étnicos africanos. Habitam do leste, sul e do sudeste da Nigéria, além de Camarões e da Guiné Equatorial.




A maioria da população Ibo está concentrada na Nigéria, dominando parte do sul e o oeste desta com cerca de 25 milhões de pessoas. Encontram-se também em Camarões, Guiné Equatorial (Ilha de Fernando Po), Gana, Serra Leoa, Costa do Marfim, Gabão, Libéria e Senegal e atualmente milhares nos USA.

História




A tradição oral mais antiga afirma que sua presença, no que é chamada de Terra dos Igbo, decorre de mais de 1500 anos.

As Cidades Soberanas dos Igbo

Muitas culturas da Nigéria não se transformaram em monarquias centralizadas. Dessas, os Igbos são provavelmente os mais notáveis devido ao tamanho do seu território e à densidade da sua população. As sociedades Igbo eram organizadas em aldeias auto-suficientes, ou federações de comunidades de aldeias, com uma sociedade de anciões e associações de grupos da mesma faixa etária que desempenhavam várias funções governamentais.

Em 1967, apoiados pela multinacional francesa Elf-Aquitaine, declaram independência da região leste da Nigéria, formando a República de Biafra. Houve fome generalizada na região, guerra civil, o que acabou levando à derrota do ibos.

Guerra de Biafra

A Nigéria se tornou independente em 1960, foi formada pela reunião do povo ibo com o povo hausa. Os ibos eram provenientes da província de Biafra, a leste do país, e formavam a elite da Nigéria. De uma forma geral eram os que tinham os melhores empregos e os melhores salários. Num golpe de Estado, em 1966, um grupo de oficiais do exército da etnia ibo tomou o poder. No entanto, em um contragolpe, o novo governo foi derrubado e os ibos passaram a ser caçados e massacrados no país inteiro.

Os que conseguiram escapar fugiram para a sua província de origem e se declararam independentes. A província de Biafra era muito rica em petróleo. Por esse motivo, o governo não iria aceitar sua separação, tendo em vista que era a região mais rica do país. Fator que resultou numa guerra civil que teve início em 1967, e fim em 1970.

Morreram, aproximadamente, um milhão de pessoas, em sua maioria ibos. Biafra se rendeu e foi anexada novamente ao território da Nigéria.

Cultura


Homens vestindo a moderna Isiagu com o tradicional chapéu Igbo masculino.


A cultura Igbo são os costumes, práticas e tradições dos Igbos do Sudeste da Nigéria. É composta por práticas arcaica, bem como novos conceitos adicionados na cultura Igbo, quer pela evolução ou por influência externa. Estes costumes e tradições do povo Igbo incluem as artes visuais, música e formas de dança, bem como as suas vestimentas, culinária e idioma dialetos. Devido às suas diversas subgrupos, a diversidade de sua cultura é ainda mais aumentada.

Arte




Há obras em bronze, madeira, esculturas em marfim, cerâmica, as obras de ferro e muitas outras podem ser encontradas em galerias populares e museus ao redor do mundo. As demais são obras em prata e couro, tecelagem de tecidos e cabaças trabalhadas e enfeitadas.


Vaso feito em bronze.

Face feita em bronze.


Destacam-se os trabalhos decorativos de bronze de Igbo-Ukwu (séculos IX e X).

Música


Udu, um instrumento Igbo.


O povo Igbo têm um estilo musical melódico e sinfônico, em que se incorporam vários instrumentos de percussão: o udu, que é essencialmente concebido em um recipiente de argila; uma ekwe, que é formadom da escavação em madeira; e o ogene, um sino da mão projetado de ferro forjado. Outros instrumentos incluem opi, um instrumento de sopro semelhante a flauta, igba, e ichaka.

Outra forma musical popular entre os Igbo é o Highlife, que é uma fusão de jazz e música tradicional e muito popular na África Ocidental. O moderno Highlife Igbo é visto na obra de Dr. Sir Warrior, Oliver De Coque, Bright Chimezie, e Chief Osita Osadebe, quem são os alguns dos maiores músicos Igbo Highlife do século XX. Existem também outros notáveis artistas do extrato Igbo Highlife, como o Mike Ejeagha, Paulson Kalu, Ali Chukwuma, Ozoemena NWA Nsugbe.

Língua

O igbo (em igbo: Asụsụ Igbo) é uma língua falada na Nigéria por cerca de 20-25 milhões de pessoas, os igbos, especialmente na região sudeste, anteriormente conhecida como Biafra e em partes da região sul-sudeste da Nigéria. A língua foi usada por John Goldsmith as an como exemplo para justificar o desvio do modelo clássico linear de fonología tal como era dito no The Sound Pattern of English. É escrita em alfabeto latino. O alfabeto Nsibidi é usado pela sociedade ekpe. O igbo é uma língua tonal, como o ioruba ou o chinês. Existem centenas de dialetos diferentes e línguas Igbóides incluídas na língua igba, tais como os dialetos ikwerre enuane e o ekpeye.

Dialetos

O igbo se divide em vários dialetos, a maioria mutuamente inteligíveis entre si, são eles; bende, owerri, ngwa, umuahia, nnewi, onitsha, awka, abriba, arochukwu, nsukka, mbaise, abba, ohafia, agbor, wawa okigwe e ukwa/ndoki. O alto grau de semelhança entre estes dialetos faz com que formem uma continuidade dialectal.

Yorùbá

Os Yorùbá ou iorubas (em iorubá: Yorùbá), também conhecidos como ou yorubá (io•ru•bá) ou yoruba, são um dos maiores grupo étno-linguístico ou grupo étnico na África Ocidental, composto por 30 milhões de pessoas em toda a região. Constituem o segundo maior grupo étnico na Nigéria, com aproximadamente 21% da sua população total.




Origem

As lendas contam que Ilé-Ifé teria sido o próprio berço da humanidade. Ali Todos os povos e reinos descenderiam do deus-rei Odudua, fundador da cidade sagrada. Outra lenda diz que Odudua seria o condutor de uma gente vinda do Leste.




Após a fundação da cidade sagrada o povo teria se espalhado pela região e tomou forma final por volta do final do primeiro milênio. Possível época da fundação de Oyo, capital política dos iorubas. Cidades independentes com seus governantes, camponeses. O Senhor do reino ratificava o poder dos mandantes de cada cidade que era chamado de Bale e tinha a assembléia dos notáveis, que era na realidade a detentora da autoridade. O guarda muralhas, em geral era um mágico, o babalaô, que recolhia os impostos. Uma aristocracia improdutiva controlava as armas, o poder político, o comércio local, nacional e internacional.




As comunidades iorubas que se desenvolveram principalmente no sudeste da atual Nigéria constituíram um dos grandes centros civilizatórios da Guiné e chegaram a influenciar outras civilizações da região, como o reino de Benin. Esta irradiação cultural não se restringiu apenas ao continente africano.

A maioria dos Yorùbá vivem em grande parte no sudoeste da Nigéria; também há comunidades de iorubás significativas no Benin, Togo, Serra Leoa, Cuba e Brasil. Os Yorùbá são o principal grupo étnico nos estados de Ekiti, Kwara, Lagos, Ogun, Ongo, Osun, e Oyo. Um número considerável de iorubas vive na República do Benin, ainda podendo ser encontradas pequenas comunidades no campo, em Togo, Serra Leoa, Brasil e Cuba.

Milhares de iorubas escravizados foram desembarcados no Brasil, fecundando a cultura e a história do nosso país. Uma explicação plausível sobre a gênese do povo ioruba, seria as diversas migrações através das regiões entre o Lago Chade e o Níger.




Bem como tendo acesso ao mar, eles compartilham fronteiras com os Borgu (variadamente chamados Bariba e Borgawa) no noroeste, os Nupe (que eles chamam muitas vezes, "Tapa") e os Ebira no norte, os Edo que também são conhecidos como Bini ou povo benin (não-relacionado com o povo da República do Benin), e os Ẹsan e Afemai para o sudeste. Os Igala e outros grupos relacionados, encontram-se no nordeste, e os Egun, Fon, e outros povos de língua Gbe no sudoeste. Embora a maioria dos iorubás vivam no oeste da Nigéria, há também importantes comunidades yorubás na República do Benin, Gana e Togo.

A maioria dos iorubás são cristãos, com os ramos locais das igrejas Anglicana, Católica, Pentecostal, Metodista, e nativas de que são adeptos. O islamismo inclui aproximadamente um quarto da população iorubá, com a tradicional religião iorubá respondendo pelo resto. Os iorubas têm uma história urbana que data de 500 d.C. As principais cidades iorubás são Lagos, Ibadan, Abeokuta, Akure, Ilorin, Ogbomoso, Ondo, Ota, Shagamu, Iseyin, Osogbo, Ilesha, Oyo e Ilé-Ifè.

Arte


Escultura cabeça de bronze
Yoruba, Ife, Nigéria.

Os Yorubas do Sul da África Ocidental (República do Benin, Nigéria e Togo, incluindo também peças de Gana, Camarões e Serra Leoa), tem uma muito rica e vibrante comunidade artesanal, criando arte contemporânea e tradicional. O costume de arte e artesãos entre o Yoruba é profundamente assinalado no corpo literário Ifá que indica os orixás Ogun, Obatala, Oxum e Obalufon como central à mitologia de criação inclusive a obra artística (isto é a arte da humanidade) Ao longo dos anos, muitos já vieram cruzar idéias estrangeiras da obra artística e arte contemporânea com as formas de arte tradicionais encontradas na África Ocidental.

Língua

O Yorùbá ou ioruba (Èdè Yorùbá, "idioma iorubá") é um idioma da família linguística nigero-congolesa, e é falado ao sul do Saara, na África, dentro de um contínuo cultural-linguístico, por 22 milhões a 30 milhões de falantes.

A língua Yorubá vem sido falada pelo povo iorubá há muitos séculos. Ao lado de outros idiomas, é falado na parte oeste da África, principalmente na Nigéria, Benim, Togo e Serra Leoa.

No continente americano, o iorubá também é falado, sobretudo em ritos religiosos, como os ritos afro-brasileiros, onde é chamado de nagô, e os ritos afro-cubanos de Cuba (e em menor escala, em certas partes dos Estados Unidos entre pessoas de origem cubana), onde é conhecido também por lucumí).

Pesquisas

Segundo diversos pesquisadores o termo iorubá é recente. Segundo Biobaku, aplica-se a um grupo linguístico de vários milhões de indivíduos. Ele acrescenta que, "além da [língua] comum, os iorubas estão unidos por uma mesma [cultura] e tradições de sua origem comum, na cidade de Ifé, mas não parece que tenham jamais constituído uma única entidade política, e também é duvidoso que, antes do século XIX, eles se chamassem uns aos outros por um mesmo nome". A. E. Ellis mencionou-o, judiciosamente, no título do seu livro The Yorùbá speaking people ("O povo que fala iorubá"), dando a significação de língua a uma expressão que teve a tendência a ser posteriormente aplicada a um povo, a uma expressão ou a um território. Antes de se ter conhecimento do termo iorubá, os livros dos primeiros viajantes e os mapas antigos, entre 1656 e 1730, são unânimes em chamar Ulkumy ou Ulcuim, com algumas variantes. Depois de Snelgrave, em 1734, o termo Ulkumy desapareceu dos mapas e é substituído por Ayo ou Eyo (para designar Oyo).

Francisco Pereira Mendes, em 1726, comandante do forte português de Ajudá, já mencionava em seus relatórios enviados à Bahia os ataques dos ayos contra os territórios de Agadjá, rei de Daomé chamado de "o Revoltoso" por haver atacado Allada em 1724, e que iria, posteriormente, conquistar Uidá, em 1727. Foi esse povo, chamado atualmente uidá (glébué para os daomeanos, igéléfé para os iorubás, ajudá para os portugueses, juda ou grégoy para os franceses, Whidah para os ingleses e fida para os holandeses) e habitado pelos hwéda, que se tornou o principal ponto de exportação dos escravos originários das regiões vizinhas, inimigos do Daomé.


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Aso-Oke

Sabemos que a cultura é um fenômeno dinâmico que pode sofrer alterações radicais que podem gradualmente causar danos graves. Pode tornar-se fraco ou perder a sua validade como resultado das mudanças sociais internas. Um dos efeitos de tais mudanças ou influências é a extinção gradual de alguns aspectos de nossas artes e ofícios tradicionais. A tradição de Aso-Oke (Tecido Yorùbá feito a mão) para vestuário entre os Yorùbá da Nigéria do sudoeste é assim um exemplo dessas mudanças e influências através da introdução de valores ocidentais, mudanças internas e mudanças sócio-culturais. Este artigo, portanto, traça a evolução da produção de Aso-Oke tradicionais e seus usos, entre os Yorùbá do Sudoeste da Nigéria e revela os fatores que são responsáveis pelo patrocínio de seu declínio; sugere um reaviva mento de seus usos tradicionais e os defensores de um uso alternativo de Aso-Oke.

Obs: O Aso-Oke é conhecido entre os Yorùbá como um tecido especifico, assim como existe a malha, algodão, seda há o aso-oke. Com este tecido pode ser feita as vestimentas para Okunrin e Obinrin.

A produção de tecidos artesanais tradicionais entre o povo da África é muito arraigada na sua cultura.

Estes tecidos são produzidos a partir de materiais de origem local que vão desde o algodão de seda, cascas, palha de cabras para ráfia, geralmente utilizados na tecelagem.

Apesar de feltro (um tecido camurçado) ser aclamado para ser a forma mais antiga de pano Africano indígenas, tecidos de algodão tecidos datando do século VIII também foram encontrados em sepulturas em Níger, e fragmentos de lâminas padrão simples, datados do século XI, também foram descobertas
na caverna do enterro Tellem na região Dogon do Mali.

Assim, prova uma longa e
antiga tradição de vestuário na África.

Embora a origem dos produtos têxteis e seu uso na Nigéria, mais especialmente entre os Yorùbá permanecem desconhecidos, há evidências de uso de produtos têxteis, como vestuário, refletidos nas esculturas antigas, que foram datados do século 10 e 12 dC.

W. Fagg menciona que estas esculturas retratam o uso de apetrechos que
incluem tanga, boné, cintos, chapéus e outros. Ele também sugere que os materiais utilizados para a fabricação destas roupas são derivados localmente, porque eles lembram hoje o tradicional tecido Yorùbá, 'Aso Oke'.

Enquanto datação relativa da produção local de Aso-Oke entre os Yorùbá continuam a ser difícil devido à sua natureza efêmera, a teoria da associação de Krigger (1990; 39) trouxe mais confusão quando ele afirmar que o primeiro uso de tecidos feitos pelos homens do tear entre os Yorùbá veio através da introdução do Islã através das cidades de Kano e Nupe, e mais tarde para a terra Yorùbá no século 15.

No entanto, a teoria da difusão utilizada por Krigger para estabelecer a evolução de tecer entre os Yorùbá é defensável, considerando os comentários de Picton em Ademuleya (2002, 35) que "o distintivo do Oeste Africano tira estreita de tear (inclusive Yorùbá) é um ponteiro para uma tradição independente. "Assim, ele adverte contra as especulações populares que lá deve ter sido apenas um ponto de origem ou a fonte de inspiração, assim, poderia ser argumentado que a produção têxteis Yorùbá, o Aso-Oke em particular, poderia ter sido desenvolvido pelo povo Yorùbá, antes do contato com o Islã. Além disso, desde as datas confirmadas pelo carbono, confirma existência anterior destas peças escultóricas que entre a data do século 10 e 12, que foi antes da introdução do Islã ou entre em contato com o povo Nupe no século 15, pode-se concluir que o uso dos produtos têxteis Yorùbá, como a roupa é uma tradição muito antiga que antecede o contato com o Islã.

Ferramentas de Tecer

De acordo com Onakanmi, chefe dos tecelões Yorùbá, há dois tipos de teares para a produção do Aso-Oke.

O primeiro é de liço vertical, também conhecido como tear de uso feminino. É um quadrado fixo vertical, onde a trama é mantida em tensão, sendo usado para tecer panos de tamanho pré-determinado, entre 30-90 cm. Permiti tecer duas a três peças, principalmente as femininas. Esse tear é também chamado de kijipa por Aremu. Em segundo lugar, há o tear de liço duplo (usado por homens), terá horizontal, onde os fios se estendem a vários metros em frente ao tecelão, com uma estrutura que mantém os fios em forte tensão.

Este tear produz tiras de tecidos com cerca de 14-15 cm de largura, onde os tecidos são cortados e as bordas costuradas, servem também para juntar a outros tipos de roupas, ou até mesmo para fazer roupas inteiras. O tear horizontal (Usado por homens) leva uma desvantagem em relação ao vertical, pois este ultimo permiti uma visão melhor da trama e assim ajuda no feitio de um design melhor, muitas vezes até é determinante disso.

Algumas das peças do tear são: Aso omu (Parecem com agulhas, mas com duas entradas), itese (Pedais), Apasa (Batedor), oko (Canela), Ikawu gogowu (Eixo enrolador), Oju ou poporo (Espalhador) e ikeke (Polia), são apenas algumas das variedades de os meios de introdução de fio na trama.